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Fator L: A Maldição do Lobisomem

Sangue de Lobo traz uma nova visão sobre a condição do homem que se transforma em lobo

Uma história envolvente, cheia de mistérios e surpresas que podem prender até mesmo o mais chato dos críticos. Essa é minha sincera opinião sobre 'Sangue de Lobo', obra escrita por Rosana Rios e Helena Gomes, lançado em 2014 pela editora Farol Literário. Lembro que por sempre ter sido leitora assídua de histórias sobrenaturais, não pude deixar passar aquele livro de capa preta com um enorme lobo e título em vermelho passar, ele estava bem ali na prateleira da biblioteca da escola e trazia como sinopse:

"Ela estava dentro do heptágono, atravessara a barreira e encontrava-se agora à mercê do lobo. Tinha consciência de que aquela transformação era o último esforço do que restara do fator L no sangue dele, a tentativa extrema da fera para saciar a fome permanente. Ele arreganhou os dentes de novo, satisfeito, saltou sobre a garota e derrubou-a no chão frio. Ela não podia escapar. Não havia amarras sociais, nenhum comportamento padrão a ser seguido, nenhuma regra imposta a ser obedecida. Havia apenas o predador e sua vítima. Ela viu um brilho de reconhecimento nos olhos que a fitavam de perto... Como se uma sensação o atingisse de repente. O animal a conhecia. E sabia que, se matasse daquela vez, se experimentasse a carne humana, sua redenção se tornaria impossível. O ritual seria inútil. A fome venceu. Ele arreganhou os dentes e já ia encaixá-los n o pescoço da presa, quando ela reagiu. Com um soluço arrancado do fundo de sua alma, firmou as mãos. - Eu te amo, Hector - sussurrou. E cravou o punhal de prata no coração do lobisomem".

Posso dizer que depois dessa sinopse o livro foi embora comigo para casa e se tornou meu companheiro inseparável durante os quatro dias em que demorei para ler as 518 páginas. Logo no início, somos apresentados a um grupo de amigos em uma partida de RPG*, onde eles jogam uma narrativa envolvendo lobisomens e assassinatos com um modus operandi bastante curioso: as vítimas são encontradas com as cabeças raspadas e um furo da circunferência de uma caneta nas gargantas, além do fato de todas serem mulheres.

Neste grupo, conhecemos duas personagens que nos acompanham durante toda a trama, Ana Cristina e Cristiana são amigas de infância e vão passar férias juntas com os pais de uma das garotas na cidade de Passa Quatro, interior de Minas Gerais. Nessas férias, elas encontram um diário que narra a história de um rapaz filho de pai inglês com mãe brasileira, onde ele conta sobre sua maldição como lobisomem e a difícil tarefa de contar para sua amada Cordélia.

Dentro dessa história de amor, nos deparamos com assassinatos "com um modus operandi curioso: as vítimas são encontradas com as cabeças raspadas e um furo da circunferência de uma caneta nas gargantas, além do fato de todas serem mulheres". Já citei isso, não é? Pois é, há muito mais dentro da história de todos esses personagens.

No fim, por gostar tanto deste livro, acabei integrando-o a minha estante de leitura e ele segue lindo e como um dos meus favoritos e recomendados sempre que surge uma oportunidade. Envolvente e interessante - e possivelmente nome do meu futuro filho -, não deixe de conhecer esta história intrigante.


SOBRE:

Pindorama é a designação de um local mítico dos povos tupis-guaranis, que seria uma terra livre dos males. Foi também o primeiro nome atribuído ao Brasil pelos índios, antes da descoberta. Por analogia, um blog de Jornalismo Cultural seria “um espaço livre dos males”, um território onde a literatura e as artes encontram um terreno fértil para frutificar. Aqui você encontra a produção dos alunos do 6º Semestre de Jornalismo da UNIFAE, que estão construindo um blog coletivo, sob coordenação da Profª. Carmem Aliende.

Os alunos foram desafiados a produzir textos literários, críticas, resenhas, matérias e perfis relacionados  ao universo cultural, em suas várias vertentes - cinema, teatro, artes plásticas, dança, música, moda, literatura, gastronomia, etc. Entre os principais objetivos da atividade estão vivenciar a construção coletiva de um blog, percebendo suas peculiaridades e possibilidades de atuação profissional; aproveitar o potencial dos alunos que já têm alguma produção autoral para trocar experiências e motivar os demais; e criar formas de interação com o público.

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