Cinema a céu aberto em São João da Boa Vista
- Luana Zuin
- 16 de nov. de 2019
- 2 min de leitura
Inspirada nos cinemas drive-in, primeira sessão do Cine Garagem se realizou no Theatro Municipal, mas na garagem
Nem o braço quebrado do Joaquim, de cinco anos, impediu que ele corresse, pulasse e brincasse pela garagem do Theatro Municipal durante a noite da primeira edição do Cine Garagem, no dia 10 de outubro. Acompanhado da mãe, e junto a cerca de cinquenta pessoas, ele foi assistir a Aladdin, live action, exibido no paredão que fica na entrada lateral do Theatro, a céu aberto. A experiência foi completa, com pipoca e refrigerante, e o melhor: tudo gratuito.
Nathieli Rafael, mãe do Joaquim, passava de carro com o filho pelo centro, quando notou a lateral do Theatro enfeitada com balões e cheia de movimento. Curiosa, parou o carro para saber do que se tratava. “Quando me falaram que era uma sessão de cinema ao ar livre, com pipoca e refrigerante, eu perguntei quanto tinha que pagar. Fiquei espantada quando disseram que era de graça”, conta.
Inspirado nos cinemas drive-in, famosos na década de 1950 e 1960 (sessões de cinema ao ar livre, geralmente em estacionamentos, em que as pessoas assistiam aos filmes de dentro dos carros), a ideia foi de Ana Paula Rinaldi, presidente da Associação Amigos do Theatro Municipal de São João da Boa Vista (AMITE). “Queria fazer algo relacionado ao ar livre, que é bem legal. A ideia mesmo veio quando vi um evento na Casa das Rosas, em São Paulo, onde há exibições de filmes no jardim”, conta.
“Eu achei muito legal, ainda mais por ser de graça e o filme exibido ser recente, porque tem muita gente que não tem condições de ir ao cinema”, disse Tatiane Sanches, uma das espectadoras, que foi acompanhar a filha Tainá, de dez anos.
Um dos objetivos do projeto é atrair a população para o Theatro. Além disso, Ana Paula fala sobre ocupar o espaço: “É uma área que fica sem uso, então pensei – o que podemos fazer para utilizar esse espaço? – e comecei a pesquisar. A gratuidade do evento é um diferencial, porque também atrai bastante gente. É um evento acessível”, conta.
A Casa de Apoio ao Menor Irmã Dulce (CAMID), o Centro de Atendimento ao Adolescente e à Criança com Humanismo (CAACCH) e o Lar Santo Antônio também estiveram presentes. “Sensacional a iniciativa. As crianças adoraram, o ambiente, o tratamento, realmente uma experiência agradabilíssima. Eles não veem a hora da próxima”, conta Rodrigo Betinarde, presidente da CAMID, lar temporário que acolhe crianças e adolescentes.
Quanto à continuidade do projeto, a diretora da Amite explica que graças ao sucesso da primeira edição outras deverão vir em breve: “minha ideia é ter uma edição a cada dois meses e não só sessões de cinema, mas apresentações musicais ou outros tipos de expressão artística, acontecendo na garagem do Theatro. Fomentar a cultura é muito importante”, conclui.

Aproximadamente cinquenta pessoas estiveram presentes

O portão enfeitado atraiu olhares e alguns espectadores. Foto Luana Zuin
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