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Biblioartelab

  • Rodrigo Bomtempi
  • 26 de fev. de 2019
  • 3 min de leitura

Iniciativa finalista do 60º Prêmio Jabuti em Poços de Caldas visa a formação de jovens leitores

3º Espaço: conceito de terceiro espaço é uma das bases do Biblioartelab

Trabalhar a literatura a partir da cultura digital, com o desenvolvimento de blogs e produção de vídeos, dentro de uma biblioteca, é uma das metas da Biblioartelab, em Poços de Caldas, projeto da Fundação Casa da Árvore. A Casa da Árvore é uma associação que trabalha com instituições de ensino e movimentos sociais de todo o país e busca promover a cidadania e educação nas comunidades, por meio da cultura digital.


O projeto inovador, nascido em 2016, visa resgatar a importância da biblioteca e da leitura na formação cultural de adolescentes. Para isso, se utiliza de plataformas e linguagens atuais, como blogs e vídeos. Para o jornalista, fundador da Casa da Árvore e coordenador de projetos na instituição, Aluísio Cavalcante, a ideia é trabalhar a biblioteca como um terceiro espaço, um local que não seja nem a casa nem o trabalho, e que fortaleça as relações sociais.


“O objetivo do projeto é incentivar a imaginação e o livre pensar, e isso só se faz com comunicação, incentivando a leitura, não só textual, mas imagética e de ambiente. O leitor do século 21 precisa desenvolver habilidades para fazer essa leitura imersiva, e hipermidiática, interativa”, explica Cavalcante.


O Biblioartelab conta com um laboratório comunitário, que é um espaço dentro da biblioteca da Urca, em Poços de Caldas, onde se realizam oficinas de curta duração, como a Escrita de Fanfic e a Stories de Terror, desenvolvidas no decorrer desse ano. Na primeira, os participantes tiveram de desconstruir uma história de filme, série, jogo ou livro, e montar enredos a partir dos personagens ou da história trabalhada. Já a oficina Stories de Terror trabalhou a produção de conteúdo audiovisual do gênero terror, com o uso das novas tecnologias e das redes sociais.


Os laboratórios criativos são atividades com duração de um a dois meses em que os participantes são incentivados a pensarem em soluções para problemas como por exemplo melhorar o acesso a literatura. Entre os produtos criados estão a Revista Eletrônica Página 9¾, desenvolvida por apaixonados por livros e pela cultura digital; o Lab: Rede de Leitores trabalha com mídias sociais e ações de incentivo à leitura; o Leia-me, apelidado de Tinder Literário, é um aplicativo para pessoas apaixonadas por livros que facilita a troca de exemplares e experiências; e o Territórios Literários é um site em que são disponibilizados livros e séries recomendados pelos curadores.


Booktubers: o uso das novas mídias é um dos objetivos da revista eletrônica Página 9 ¾

Cavalcante explica como o projeto funciona: “Os laboratórios criativos, são uma das linhas de ação que desenvolvemos. A gente seleciona jovens universitários com habilidades em algumas linguagens e treinamos essa galera com a nossa metodologia. Com isso montamos atividades como o laboratório de gifs literários, laboratório de robótica poética, atividades com mapas digitais, redes sociais e vídeos. Nos laboratórios perguntamos aos jovens o que eles estão lendo, e com as experiências deles a gente tira inspiração para produzir, seja uma série de gifs, instalação interativa, um robô que vai mediar a leitura, exercícios de mapeamento literário ou canais de booktuber”.


As atividades são abertas ao público jovem e se realizam três vezes na semana, no contra turno escolar. Apesar de a sensibilização e chamada para participar ocorrer nas escolas municipais e estaduais, pessoas fora do ambiente escolar são bem-vindas.


O jornalista critica as políticas públicas de acesso à tecnologia na educação, por focar o acesso, o uso de equipamentos e infraestrutura e não o conhecimento e a informação: “é preciso entender a cultura, os processos cognitivos. Construir essas políticas pautadas na questão técnica é querer vender equipamento, serviço de internet, royaties de tecnologia. O Instituto Ayrton Senna, por exemplo, o que ele faz é desenvolver metodologias, e vender para as redes públicas”, reflete Aluísio.


Boa colheita

O projeto já mostra bons resultados: “aumentamos em 60% o fluxo de jovens na biblioteca da Urca; entre os participantes do projeto o aumento da frequência literária foi de mais de 35%. A gente teve 40% de projetos de mediação de leitura nas escolas de Poços”, comemora. Além disso, em outubro desse ano, o Biblioartelab foi indicado para 60.º Prêmio Jabuti (embora não tenha ficado entre os vencedores), na categoria Inovação em Formação de Leitores, onde concorreu com outros nove projetos de todo o Brasil.


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Os alunos foram desafiados a produzir textos literários, críticas, resenhas, matérias e perfis relacionados  ao universo cultural, em suas várias vertentes - cinema, teatro, artes plásticas, dança, música, moda, literatura, gastronomia, etc. Entre os principais objetivos da atividade estão vivenciar a construção coletiva de um blog, percebendo suas peculiaridades e possibilidades de atuação profissional; aproveitar o potencial dos alunos que já têm alguma produção autoral para trocar experiências e motivar os demais; e criar formas de interação com o público.

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