Cineclube Beloca
- Sarah Boneti
- 1 de out. de 2018
- 2 min de leitura
Com 12 anos de funcionamento, cineclube mantém tradição

Beloca foi uma mulher apaixonada por cinema. Gabriella de Oliveira Costa, a Beloca, nascida em 10 de setembro de 1902, além de ser grande incentivadora da sétima arte, atuou na vida pública e política sanjoanense, algo raro em mulheres da sua época. Foi por conta desse perfil, de mulher à frente de seu tempo, que o cineclube da cidade, inaugurado em julho de 2007, decidiu homenageá-la.

David Ribeiro, cineasta e coordenador do cineclube, acredita que o local tem importância por exibir filmes clássicos e alternativos selecionados e principalmente por tornar possível a participação do público nas discussões. “Comecei a gerenciar o Beloca em 2012. As pessoas vão para assistir filmes com certo lapidamento e o diferencial é a formação de um clube para debate. O pessoal comenta coisas que eu ainda não tinha percebido no filme. Não existe TV que cubra a experiência de ir ao cinema. É uma experiência de imersão”, ressalta.
Como os cineclubes não têm fins lucrativos, a prioridade é o filme e sua relação com o espectador. “São exibidos filmes que estão fora do circuito comercial, sem grande escala, ou que tenham algum refinamento histórico, alguma coisa a ver com o movimento cinematográfico, essas são as possibilidades”, pontua.
Há dois anos, o cineclube Beloca faz parte do Ponto MIS, uma parceria entre o Museu da Imagem e do Som – MIS e as cidades do Estado de São Paulo. O museu promove a circulação e difusão audiovisual, visando a formação do público e a divulgação de obras do cinema.
“As projeções são gratuitas. É uma parceria entre a Associação dos Amigos do Theatro Municipal, Amite, e a prefeitura. A Amite cede o espaço e a prefeitura oferece a estrutura, como o projetor. Com o Ponto MIS temos uma quantidade de filmes a mais e não somos cobrados por isso. Há oficinas periódicas de produção cinematográfica, fotografia, música, cinema e roteiros”, explica Ribeiro.

O cineasta reflete sobre importância de preservar a prática de as pessoas se reunirem para apreciar filmes e debater temas, de forma a desenvolver inteligência, sensibilidade e consciência. “Este espaço serve para democratizar a cultura cinematográfica, aberto ao público semanalmente. Ter numa cidade do interior um ponto gratuito onde se possa assistir filmes com conforto, ar-condicionado, projeção boa, sem pagar nada por isso, poucas cidades têm, e isso é motivo de orgulho para São João”, finaliza.
O cineclube Beloca tem sessões todas as terças-feiras, às 19h, na sala Dilo Giannelli, no Theatro Municipal, no centro de São João da Boa Vista. Vale lembrar que a entrada é gratuita.

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