A fé acima dos limites
- Aliffer Trebesqui
- 27 de nov. de 2017
- 2 min de leitura
Até o Último Homem, de Mel Gibson, é um filme de guerra brutal e verdadeiramente emocionante. Ele acompanha a história real de um pacifista que resolve participar da Segunda Guerra Mundial apenas para salvar seus companheiros e, de alguma forma, realizar seu sonho de ser médico e recuperar vidas.

No filme, o médico do exército Desmond T. Doss (Andrew Garfield) se recusa a pegar em armas e matar pessoas, pois fez uma promessa a Deus e isso vai contra os seus princípios e valores. No Exército, Desmond foi considerado um objetor da consciência, título que se dá a pessoas que seguem muito fortemente uma crença da qual não abre mão por nada. Porém, o soldado foi perseguido pelo seu batalhão e por seus superiores, sofreu preconceitos, ofensas e agressões; até que o pai do rapaz interviu e conseguiu mantê-lo no Exército. Desmond, é filho de um ex-combatente da Primeira Guerra Mundial. Seu pai, após voltar da guerra, tornou-se um homem violento e alcoólatra, sua mãe por outro lado criou os filhos no ambiente cristão. O garoto foi criado na igreja Adventista do Sétimo Dia, era uma pessoa de opinião que se apaixonou por uma enfermeira e não demorou nada para expressar seus sentimentos e casar-se com ela.
Desmond sonhava em ser médico, mas, infelizmente não teve condições de estudar, entretanto, isso não o desanimou. Com o desejo de salvar sua nação, como todos os amigos, passava o dia todo estudando seu livro de medicina e enxergou na guerra uma maneira de realizar o sonho. O jovem se alistou indo contra o desejo da família e, durante a Batalha de Okinawa, trabalhou na ala médica e salvou mais de 75 homens, sendo condecorado. Desmond provou a importância de sua fé, e demonstrou que ela está acima dos limites, e com perseverança todos podem realizar o impossível. Em meio a batalhas e mortes, fez com que todos parassem e rezassem, antes de entrar no campo de guerra. Tudo isso fez do garoto o primeiro Opositor Consciente da história norte-americana a receber a Medalha de Honra do Congresso.
Imerso na violenta loucura da guerra, o filme enraíza seu drama nos irretocáveis valores de Desmond e, de certa forma usa a guerra como plano de fundo para o drama real de um médico cujo destemor e sentimento de fraternidade pelos soldados é que se mostram importantes. Desmond não salvou apenas soldados aliados, mas também inimigos. Garfield tem um desempenho reverente, transmitindo emoção e deixando claro o sofrimento e a luta do personagem pela fé.
Na vida real - Desmond Doss e sua esposa Dorothy Schutte tiveram um filho. Dorothy morreu em 1991, em um acidente de carro. Doss casou-se novamente, anos mais tarde, com Francisca Duman. Doss ficou severamente limitado por conta de suas lesões e morreu em sua casa, no Piemonte, Alabama, em 2006, sendo enterrado com honrarias militares.
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