VIDA EM MOVIMENTO
De todas as manifestações artísticas existentes, há uma que possui o poder de despertar emoções e trazer à tona o melhor das pessoas: esta arte sensitivamente vibrante é a dança. Em Itobi (SP), um projeto do Instituto Dança Viva, desde 2002 ensina a crianças e jovens a arte do movimento corporal. O projeto é ligado às tradições holandesas e promovido por uma empresa de produtos alimentícios orgânicos,sediada na paulista Holambra.
A história do projeto se confunde com a da família Schoenmark, que na década de 50 deixou a Holanda para tentar a sorte em terras brasileiras. Em busca de melhores condições de vida, Petrus Schoenmark e sua família chegam a Holambra, em 1959, onze anos após a fundação do município. Segundo filho em uma família de onze irmãos, Petrus Schoenmark, aos quinze anos, já se interessava pela dança, mas não podia frequentar os bailes da época.
Decidiu então tomar aulas de dança com um professor da comunidade, que lhe ensinou além das valsas e outras danças da época,o foxtrote (dança holandesa). Isso despertou no jovem imigrante a paixão pelas danças. Quando tinha dezoito anos, depois de seu professor deixar a cidade, Petrus seu assume seu lugar e passa a ensinar dança de salão.
Por seus mais de 45 anos de dedicação voluntária à divulgação da dança e da cultura holandesas, Petrus tornou-se referência da pequena cidade, emancipada em 1991. “Piet”, como ficou conhecido, atualmente é o garoto-propaganda da Expoflora, tradicional exposição de flores e plantas do município. Na comemoração dos trinta anos de Holambra é apresentado um espetáculo de dança folclórica, típica na Holanda. A experiência foi tão bem-sucedida que, a partir disso, todos os visitantes da feira querem assistir a “Dança de Tamancos”.
Petrus Schoenmark sempre esteve ligado à“Terra Viva”,empresa da família, mas nunca abandonou a dança. Dado momento, decide pelo afastamento como executivo, mas permanece sócio. Implementa então, a ideia de criar uma empresa voltada para a dança. Com a ajuda de suas filhas e esposa, em 2001, funda o Instituto Dança Viva, que em parceria com a Associação Terra Viva,oferece oportunidades de lazer e aprendizagem, voltadas para a socialização, integração e desenvolvimento infanto-juvenil, por meio de atividades, danças, artes, jogos e vivencias.
Em 2002, o projeto se amplia e ultrapassa as fronteiras de Holambra, com dois grupos em Itobi: “Grupo Tulipa”, que reúne crianças de 9 a 11 anos e “Grupo Lírio”, com adolescentes entre 12 e 14. Estes grupos estão ativos até hoje.
A agente social da “Terra Viva” e monitora dos grupos de dança Itobienses, Vera Lucia Alves, entende que o “Dança Viva” é fundamental para o desenvolvimento das crianças. “O que me motiva a continuar, é por acreditar o quanto o projeto tem a contribuir para um mundo melhor”, diz.
Marília Souza, que já participou do projeto,conta ter sido uma grande experiência participar das danças: “ajudou a me acalmar. Eu era muito estressada, então, fazendo as danças, eu aprendi a ter controle, de mim mesma, da minha mente, aprendi a ser uma pessoa melhor”. A dança proporcionou à jovem, conhecer vários lugares diferentes: “foi uma realização para minha vida.Se não fosse pela minha idade, estaria até hoje”, afirma.
